segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Comentário sobre Educação

Comentário que fiz no Blog quartouniversitario.com em um post sobre ENEM, PROUNI, REUNI, SiSU e a Morte do Movimento Estudantil.

Há toda uma escalada até chegar no topo da Montanha chamada Educação, e não adianta dizer um monte de frases de efeitos, chavões, clichês, etc., a verdade é uma só, Educação, Cultura e areas que são vistas pelos poderes públicos como segundo plano vivem de incentivos e não são vistos como prioridade até mesmo por nós estudantes vamos faculdade todo dia, só percebemos que alguma coisa mudou quando tem um trator e um monte de terra pra todo lado . Acredito que o ensino superior brasileiro nunca cresceu tanto como está crescendo agora, vários beneficios para os/as estudantes passaram a existir, porem tudo isso nos deixou muito mais acomodados e embriagados com uma estrutura física que cresce bastante e nos fazendo esquecer que o ensino público deve ser popular.
Apaixonados pelo movimento estudantil podem até me dizer, ahh hoje as lutas são outras, porem eu lhes pergunto que lutas são essas? O "movimento" está cada vez mais distante dos estudantes.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Do Silêncio a Gravação

No final de semana passado a banda que chamo de "minha" não por ser dono mas por pertencer e ter muito orgulho de participar até que enfim começou a gravação do nosso primeiro projeto que se chama "ensaios", são 12 músicas autorais inéditas que a gente ja havia feito e que paramos para escrever durante esse ano todo. tinhamos uma meta de escrever 8 musicas para completar um repertório que posteriormente viriaria o projeto ensaios (que seria de 10 musicas somando as outras duas que eu ja havia feito a algum tempo), tudo isso em um ano, mas quando nos demos conta não conseguiamos parar de compor (principalmente Vinícius e Oséas).

Selecionamos as 12 que mais se pareciam em termos de estilo, tendencia, temática, etc. e decidimos gravar no estudio que ensaiamos (na verdade a gente ensaia no pátio do estúdio que fica dentro da oficina). Começamos gravando instrumento por instrumento só que devido uma pane no computador tivemos que parar e excluir todo o trabalho ja realizado, ou seja, de volta a estaca zero. nosso tempo pra cuidar disso ja era escasso então até voltarmos a gravar demorou bastante, tivemos uns 4 ensaios até esse dia.

Chegado o dia a metodologia de gravação mudou completamente, "vamos agora gravar tudo junto", "ao vivo" disse o Dionísio, assim fizemos colocamos o Danilo e sua bateria com os respectivos microfones dentro da sala do estúdio e nós ficamos no alpendre, uma estrutura de som ficava pra nós do lado de fora e ele dentro tocando. Essa estratégia não funcionou muito bem, tivemos que tocar primeiro, fazer as vias com baixo, guitarras e violão, depois ele fez as vias de bateria, depois eu fiz algumas vias de voz (faltam 9, fora os backin vocals).

Foi um feriado emendado com um final de semana inteiro cuidando dessa gravação, cheguei em casa (Goiânia) na segunda a noite exausto, minhas pernas pediam socorro, minha garganta bem fraca, todo esse esforço valera a pena e daqui uns meses estaremos com material de divulgação bem bacana tanto em mãos quanto na internet.

Um dia eu quero olhar pra esse texto, escutar esse disco, ver os vídeos e lembrar como era bom esperar uma semana inteira até chegar o dia de ir ensaiar, de fazer praticamente uma viágem até o local de ensaio, das nossas discussões até encontrar a melhor maneira de tocar determinada musica, entre outras lembranças que só os ensaios podem me trazer.

Espero que
o proximo post não demorar tanto!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dois Pesos...

Gostei bastante deste artigo e resolvi postar neste blog para a apreciação de quem se interessar...

Dois Pesos...
Maria Rita Kehl - O Estado de S.Paulo

Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano (e o brasileiro também) tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

Artigo de Maria Rita Khel publicado no site do O Estadão.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Projeto Radiola - O Resultado

Projeto Radiola - O Resultado
"O Publico era literalmente Nosso"

Passados alguns dias (quase uma semana) do show da nossa banda (GO010) no Projeto Radiola, resolvi escrever sobre essa apresentação que foi um pouco supreendente em alguns pontos, frustrante em outros porem foi muito positiva até porque, pela primeira vez a banda tocou em Goiânia e isso trouxe uma experiencia e tanto pra todos nós que vivemos aquele dia.

Durante a semana toda nós corremos para que tudo desse certo, porem cada coisa que a gente conseguia esbarrava em outra, a incerteza de como era o espaço do Teatro Liberdade, quem seria o público, se haveria público, como trazer o pessoal de Orizona pra cá, ou seja muitos problemas para serem resolvidos em três dias. Eu e o Oséas moramos aqui (em Goiânia), ficamos encarregados de cuidar das coisas que poderiam ser resolvidas aqui e o vinícius cuidou de organizar a van para trazer o wellington (baixo), o Danilo (bateria) e tambem nossos amigos que queriam assistir o show.

A passagem de som estava marcada para 19:30h, cheguei em casa, tomei um banho, preparei uma janta pra dar aquela reforçada (sabendo que a noite seria de muitas cervejas) e esperei o oséas passar la em casa pra gente ja ir pro teatro passar o som e esperar o pessoal chegar de Orizona. Nós dois saimos de casa faltando 15 minutos pra 20h pensando que estavamos atrasados porem fomos a primeira banda a chegar la no teatro, logo depois de nós, chegaram os integrantes da black queen (primeira banda a se apresentar), enquanto os nossos companheiros não chegavam eles "passaram o som" até 20:30h (horário marcado pra começar o evento), depois deles a gente passou o som e ficamos esperando deixa da organização pra começar.

A organização por sua vezes estava esperando juntar mais gente, mais publico pra começar o evento, praticamente todo o público era nosso, nossos amigos que nós chamamos, as outras bandas não divulgaram, se divulgaram, foi muito mal feito, isso deixou o Danilo e o Wellington um pouco chateados por ter andado 138km pra tocar para tão pouca gente, era como se fosse um ensaio, a organização esperava 200 pessoas, se tiver dado 50 foi muito. O público por sua vez era de alto nível, integrantes de outras bandas de Goiânia e nossos amigos que são apreciadores de boa musica.

Enfim, vamos começar disse Kaio (o organizador da parada), isso ja era mais de 21:30, Black queen subiu no palco, com uma cara de poucos amigos (literalmente) e mandou ver, não dava pra entender muito o que eles cantavam pois as guitarras estavam cobrindo a voz (o operador do som ja havia avisado mas eles não importaram muito com isso). Tocaram bem, durante 30 minutos assim que eles acabaram a gente ja se preparou pra começar.

A GO010 subiu no palco por volta de 22h, eu ja tinha bebido umas 4 ou 5 cervejas, subi sentindo uma leve brisa proveniente da Antartica e desci derramando suor. O Espirito Rock 'n Roll pairava sobre nós naquela noite, subimos no palco imbuidos desse espirito e tocamos nossas musicas como se estivessemos em um grande show aos moldes de woodstock (menos Lucas...), acho que foi a vez que menos errei e que menos dei bobeira durante o show, foi muito bom, tocamos bem, o único defeito foi que o violão do oséas estava baixo e o operador de som sumiu. Alessandra (namorada do Kaio e quem ajeitou o show pra gente) filmou tudo, to ancioso pra ver como ficou.

Assim que acabou o show nós fomos pra fora do teatro receber os abraços dos nossos amigos e tambem das outras pessoas que gostaram da apresentação, fizemos alguns contatos importantes isso foi muito bom e abre novas portas pra que a gente possa tocar aqui em Goiânia Rock City novamente.

Fim de papo, o "Expresso Orizona" partiu, não esperamos o show da ultravespa, quanto a musica que eu mais gostei de ter tocado ainda estou dividido entre Desencontro Marcado, Se for esquecer e Quando, Olívia disse que a melhor foi Sem solução e que nós estamos melhorando muito, fiquei feliz em ver e saber disso e cada dia que eu toco com esses caras, aumenta minha vontade de tocar o que eu gosto e o que me faz bem. Apesar das palavras mal escritas, acredito que me fiz entender.

Um beijo a todos/as e até o proximo post!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dez falsos motivos para não votar na Dilma

Dez falsos motivos para não votar na Dilma
por Jorge Furtado em 25 de julho de 2010

Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)

Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.

1. “Alternância no poder é bom”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.

4. “Dilma não tem experiência”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.

6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa”.

Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.

Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.

x


(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = menos 185 bilhões de dólares x Lula/Dilma = mais 239 bilhões de dólares

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Inflação:
FHC/Serra =12,5% (2002) x Lula/Dilma = 4,7% (2009)

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%


(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:

José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.

Fonte e créditos:
  • Blog de Jorge Furtado
  • terça-feira, 20 de julho de 2010

    Cansei de quase tudo

    Cansei de completar frases com palavras óbvias
    Só pra deixar as pessoas mais irritadas
    Cansei de ser redundante ao expressar opiniões
    Sobre minhas variadas idéias erradas

    Cansei de continuar a caminhar sem saber onde parei
    Só para não deixar de ir ao seu encontro
    Cansei de beber a noite inteira e no fim da noite vomitar
    Só para não me ver chegar em casa tonto

    Não venha me dizer o que eu tenho que fazer
    Não venha me dizer tudo que eu quero esconder
    Não quero mais falar só o que possa te agradar
    Não quero mais ter que me enganar

    Cansei de fazer coisas somente para o seu próprio bem
    Estou no limite e você insiste em me contrariar
    Casei de ser bom e no fim da noite não ter ninguém
    Só não me cansei de viver e de Lutar

    domingo, 30 de maio de 2010

    A Nossa Ligação com a Terra

    A nossa ligação com a terra
    O nosso pulsar, pulsar da terra
    O pulsar da nossa terra, coração
    O nosso coração, na terra, pulsação.

    Se acelera como vento, sentimento
    Devagar como pequeno rio, lágrima
    Nossa lágrima é um rio de sentimento
    Nosso sentimento poema sem palavra.

    Quantas vezes você já parou para ouvir?
    Ouvir os sons da terra e do coração
    Ouvir o coração da terra e a pulsação
    Quantas vezes os seus pés disseram pra onde ir?

    Os galhos tortos das árvores, redes para deitar
    Os nossos braços tortos são abraços para se confortar.
    Vou parar para escutar o que ela tem pra dizer
    E me espere chegar para fazer acontecer.

    segunda-feira, 12 de abril de 2010

    Capital Inicial - 1º Show em

    No dia 9 de Abril de 2010 a Banda Capital Inicial abre sua turnê 2010 com um mega show em Goiânia no Sol Music Hall (Clube Jaó), a apresentação foi surpreendente! A recuperação do vocalista Dinho Ouro Preto foi confirmada com mais de duas horas de muito rock 'n roll, um repertório com musicas que marcaram a carreira da banda como "Fogo", Não olhe para trás", "Primeiros Erros", algumas do Aborto Elétrico, Led Zeppelin, fora os últimos sucessos como "Algum dia" e "Eu nunca disse adeus".
    Enfim um belíssimo show de uma das bandas que marcaram e marcam o Rock Nacional!

    segunda-feira, 5 de abril de 2010

    Carter: Kátia Abreu recebe 25 vezes mais dinheiro do Governo do que o MST

    Carter: exagerar o poder do MST é um preconceito de classe


    Em dezembro de 2009, Miguel Carter concluiu o trabalho de organizar o livro ‘Combatendo a Desigualdade Social – O MST e a Reforma Agrária no Brasil.’. É um lançamento da Editora UNESP, que reúne colaborações de especialistas sobre a questão agrária e o papel do MST pela luta pela Reforma Agrária no Brasil.

    Esta semana, ele conversou com Paulo Henrique Amorim, por telefone.

    PHA – Professor Miguel, o senhor é professor de onde?

    MC – Eu sou professor da American University, em Washington D.C.

    PHA – Há quanto tempo o senhor estuda o problema agrário no Brasil e o MST?

    MC- Quase duas décadas já. Comecei com as primeiras pesquisas no ano de 91.

    PHA – Eu gostaria de tocar agora em alguns pontos específicos da sua introdução “Desigualdade Social Democracia no Brasil”. O senhor descreve, por exemplo, a manifestação de 2 de maio de 2005, em que, por 16 dias, 12 mil membros do MST cruzaram o cerrado para chegar a Brasília. O senhor diz que, provavelmente, esse é um dos maiores eventos de larga escala do tipo marcha na história contemporânea. Que comparações o senhor faria?

    MC – Não achei outra marcha na história contemporânea mundial que fosse desse tamanho. A gente tem exemplo de outras mobilizações importantes, em outros momentos, mas não se comparam na duração e no numero de pessoas a essa marcha de 12 mil pessoas. Houve depois, como eu relatei no rodapé, uma mobilização ainda maior na Índia, também de camponeses sem terra. Mas a de 2005 era a maior marcha.

    PHA – O senhor compara esse evento, que foi no dia 2 de maio de 2005, com outro do dia 4 de junho de 2005 – apenas 18 dias após a marcha do MST – com uma solenidade extremamente importante aqui em São Paulo que contou com Governador Geraldo Alckmin, sua esposa, Dona Lu Alckmin, e nada mais nada menos do que um possível candidato do PSDB a Presidência da República, José Serra, que naquela altura era prefeito de São Paulo. Também esteve presente Antônio Carlos Magalhães, então influente senador da Bahia. Trata-se da inauguração da Daslu. Por que o senhor resolver confrontar um assunto com o outro?

    MC – Porque eu achei que começar o livro com simples estatísticas de desigualdades sociais seria um começo muito frio. Eu acho que um assunto como esse precisa de uma introdução que também suscite emoções de fato e (chame a atenção para) a complexidade do fenômeno da desigualdade no Brasil. A coincidência de essa marcha ter acontecido quase ao mesmo tempo em que se inaugurava a maior loja de artigos de luxo do planeta refletia uma imagem, um contraste muito forte dessa realidade gravíssima da desigualdade social no Brasil. E mostra nos detalhes como as coisas aconteciam, como os políticos se posicionavam de um lado e de outro, como é que a grande imprensa retratava os fenômenos de um lado e de outro.

    PHA – O senhor sabe muito bem que a grande imprensa brasileira – que no nosso site nós chamamos esse pessoal de PiG (Partido da Imprensa Golpista) - a propósito da grande marcha do MST, a imprensa ficou muito preocupada como foi financiada a marcha. O senhor sabe que agora está em curso uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista, que reúne o Senado e a Câmara, para discutir, entre outras coisas, a fonte de financiamento do MST. Como o senhor trata essa questão ? De onde vem o dinheiro do MST?

    MC _ Tem um capítulo 9 de minha autoria feito em conjunto com o Horácio Marques de Carvalho que tem um segmento que trata de mostrar o amplo leque de apoio que o MST tem, inclusive e apoio financeiro.

    PHA – O capítulo se chama “Luta na terra, o MST e os assentamentos” - é esse?

    MC – Exatamente. Há uma parte onde eu considero sete recursos internos que o MST desenvolveu para fortalecer sua atuação, nesse processo de fazer a luta na terra, de fortalecer as suas comunidades, seus assentamentos. E aí tem alguns detalhes, alguns números interessantes. Porque eu apresento dados do volume de recursos que são repassados para entidades parceiras por parte do Governo Federal. Eu sublinho no rodapé dessa mesma página o fato de que as principais entidades ruralistas do Brasil têm recebido 25 vezes mais subsídios do Governo Federal (do que o MST). E o curioso de tudo isso é que só fiscalizado como pobre recebe recurso público. Mas, sobre os ricos, que recebem um volume de recursos 25 vezes maior que o dos pobres, (sobre isso) ninguém faz nenhuma pergunta, ninguém fiscaliza nada. Parece que ninguém tem interesse nisso. E aí o Governo Federal subsidia advogados, secretárias, férias, todo tipo de atividade dos ruralistas. Então chama a atenção que propriedade agrária no Brasil, ainda que modernizada e renovada, continua ter laços fortes com o poder e recebe grande fatia de recursos públicos. Isso são dados do próprio Ministério da Agricultura, mencionados também nesse capítulo. Ainda no Governo Lula, a agricultura empresarial recebeu sete vezes mais recursos públicos do que a agricultura familiar. Sendo que a agricultura familiar emprega 80% ou mais dos trabalhadores rurais.

    PHA – Qual é a responsabilidade da agricultura familiar na produção de alimentos na economia brasileira?

    MC – Na página 69 há muitos dados a esse respeito.

    PHA- Aqui: a mandioca, 92% saem da agricultura familiar. Carne de frango e ovos, 88%. Banana, 85%.. Feijão, 78%. Batata, 77%. Leite, 71%. E café, 70%. É o que diz o senhor na página 69 sobre o papel da agricultura familiar. Agora, o senhor falava de financiamentos públicos. Confederação Nacional da Agricultura, presidida pela senadora Kátia Abreu, que talvez seja candidata a vice-presidente de José Serra, a Confederação Nacional da Agricultura recebe do Governo Federal mais dinheiro do que o MST?

    MC – Muito mais. Essas entidades ruralistas em conjunto, a CNA, a SRB, aquela entidade das grandes cooperativas, em conjunto elas recebem 25 vezes do valor que recebem as entidades parceiras do MST. Esses dados, pelo menos no período 1995 e 2005, fizeram parte do relatório da primeira CPI do MST. O relatório foi preparado pelo deputado João Alfredo, do Ceará.

    PHA – O senhor acredita que o MST conseguirá realizar uma reforma agrária efetiva ? A sua introdução mostra que a reforma agrária no Brasil é a mais atrasada de todos os países que fazem ou fizeram reforma agrária. Que o Brasil é o lanterninha da reforma agrária. Eu pergunto: por que o MST não consegue empreender um ritmo mais eficaz?

    MC – Em primeiro lugar, a reforma agrária é feita pelo Estado. O que os movimentos sociais como o MST e os setenta e tantos outros que existem em todo o Brasil fazem é pressionar o Estado para que o Estado cumpra o determinado na Constituição. É a cláusula que favorece a reforma agrária. O MST não é responsável por fazer. É responsável por pressionar o Governo. Acontece que nesse país de tamanha desigualdade, a história da desigualdade está fundamentalmente ligada à questão agrária. Claro que, no século 20, o Brasil, se modernizou, virou muito mais complexo, surgiu todo um setor industrial, um setor financeiro, um comercial. E a (economia) agrária já não é mais aquela, com tanta presença no Brasil. Mas, ainda sim, ficou muito forte pelo fato de o desenvolvimento capitalista moderno no campo, nas últimas décadas, ligar a propriedade agrária ao setor financeiro do país. É o que prova, por exemplo, de um banqueiro (condenado há dez anos por subornar um agente federal – PHA) como o Dantas acabar tendo enormes fazendas no estado do Pará e em outras regiões do Brasil. Houve então uma imbricação muito forte entre a elite agrária e a elite financeira. E agora nessa última década ela se acentuou num terceiro ponto em termos de poder econômico que são os transacionais, o agronegócio. Cargill, a Syngenta… Antes, o que sustentava a elite agrária era uma forte aliança patrimonialista com o Estado. Agora, essa aliança se sustenta em com setor transacional e o setor financeiro.

    PHA – Um dos sustos que o MST provoca na sociedade brasileira, sobretudo a partir da imprensa, que eu chamo de PiG, é que o MST pode ser uma organização revolucionária – revolucionária no sentido da Revolução Russa de 1917 ou da Revolução Cubana de 1959. Até empregam aqui no Brasil, como economista Xico Graziano, que hoje é secretário de José Serra, que num artigo que o senhor fala em “terrorismo agrário”. E ali Graziano compara o MST ao Primeiro Comando da Capital. O Primeiro Comando da Capital, o PCC, que, como se sabe ocupou por dois dias a cidade de São Paulo, numa rebelião histórica. Eu pergunto: o MST é uma instituição revolucionária?

    MC – No sentido de fazer uma revolução russa, cubana, isso uma grande fantasia. E uma fantasia às vezes alardeada com maldade, porque eu duvido que uma pessoa como o Xico Graziano, que já andou bastante pelo campo no Brasil, não saiba melhor. Ele sabe melhor. Mas eu acho que (o papel do) MST é (promover) uma redistribuição da propriedade. E não só isso, (distribuição) de recursos públicos, que sempre privilegiou os setores mais ricos e poderosos do país. Há, às vezes, malícia mesmo de certos jornalistas, do Xico Graziano, Zander Navarro, dizendo que o MST está fazendo uma tomada do Palácio da Alvorada. Eles nunca pisaram em um acampamento antes. Então, tem muito intelectual que critica sem saber nada. O importante desse (“Combatendo a desigualdade social”) é que todos os autores têm longos anos de experiência (na questão agrária). A grande maioria tem 20, 30 anos de experiência e todos eles têm vivência em acampamento e assentamentos. Então conhecem a realidade por perto e na pele. O Zander Navarro, por exemplo, se alguma vez acompanhou de perto o MST, foi há mais de 15 anos. Tem que ter acompanhamento porque o MST é de fato um movimento.

    PHA – Ou seja, na sua opinião há uma hipertrofia do que seja o MST? Há um exagero exatamente para criar uma situação política ?

    MC – Exatamente. Eu acho que há interesse por detrás desse exagero. O exagero às vezes é inocente por gente que não sabe do assunto. Mas às vezes é malicioso e procura com isso criar um clima de opinião para reprimir, criminalizar o MST ou cortar qualquer verba que possa ir para o setor mais pobre da sociedade brasileira. Há muito preconceito de classe por trás (desse exagero).

    (*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

    FONTE: www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=29189

    segunda-feira, 29 de março de 2010

    O Trabalho Transformador

    Fazendo uma retrospectiva dos melhores Textos que eu escrevi, "O Trabalho Transformador"
    é o primeiro texto para abrir essa série!

    O Trabalho Transformador

    Por mais que eu reclame do meu trabalho, tenho que admitir que talvez seja bem mais complicado viver sem ele. Não tenho muitos gastos e este é o meu primeiro emprego, estou nele para adquirir experiência e logo conseguir um melhor.
    Para se conseguir um bom emprego é necessário muitas vezes, experiência comprovada em carteira de trabalho. Me lembro muito bem de quando fui procurar emprego, estava me sentindo um inútil pois não contribuía nem comigo mesmo, então fui a luta.
    Fui a um órgão público que dentre outras coisas, auxilia a entrada no mercado de trabalho através de vagas disponibilizadas por empresas cadastradas neste órgão. A atendente que me recebeu fez o meu cadastro e explicou que seria um pouco complicado por que eu não possuía experiência, porem depois de vasculhar bastante ela encontrou uma vaga de vendedor em uma loja de tintas.
    Marcamos uma entrevista pro dia seguinte, recebi uma carta de recomendação do órgão para que eu entregasse ao empregador. No dia seguinte cheguei ao local da entrevista, era uma empresa recém inaugurada de japoneses que estava se estabelecendo na região e eles necessitavam de pessoas jovens que tivessem uma boa capacidade de pegar rápido todas as orientações. Fiz alguns testes e fui aprovado e em um mês comecei a trabalhar.
    Hoje tenho orgulho do meu esforço porque consegui por méritos próprios um trabalho onde eu tenho que dar o melhor de mim para garantir minha sobrevivência dentro da empresa, apesar de tudo isso ser muito cansativo. Este trabalho não é o trabalho que eu sempre sonhei até porque não é a minha área na qual me formei, mas preciso dele para alem de obter experiência, saber que a minha liberdade está pautada por mim mesmo, eu construo o meu sustento, domino as minhas vontades e com dignidade um dia poderei alcançar objetivos maiores.

    sexta-feira, 26 de março de 2010

    Recomeçar

    Bem, como a vida é um eterno RECOMEÇAR eu resolvi tambem voltar a postar meus pensamentos
    aqui neste blog...

    Como eu sei que "sou mais um na multidão", sei tambem que poucos visitam esse espaço...
    Mas espero que minhas idéias, tão vagas idéias possam proporcionar a todo mundo novas idéias!

    Em breve eu farei uma retrospectiva de "coisas" que eu "arrisquei pensar", escrevi e não publiquei
    No mais, bom dia a todos!